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Livros e filmes para refletir sobre a abolição da escravatura

Inserido em 13 de maio de 2022
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Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que desencadeou consequências sentidas até hoje, ao conceder liberdade aos escravos sem que fossem adotadas políticas públicas para inclusão da população negra à sociedade brasileira da época.

A escravidão no Brasil foi amplamente retratada na televisão e no cinema, assim como na literatura. A Amperj selecionou livros que abordam esse período da nossa história, e também filmes brasileiros para serem adicionados à sua lista, quando estiverem disponíveis nas plataformas de streamings.


Livros


“Torto Arado”, de Itamar Vieira Júnior

As irmãs Bibiana e Belonísia, netas de escravos, crescem no sertão baiano no meio da fome, da pobreza e do machismo de uma sociedade escravocrata. As duas vivem uma vida análoga à escravidão. Trabalham sem nenhum tipo de remuneração.


“Um Defeito de Cor”, de Ana Maria Gonçalves

Uma africana idosa, cega e à beira da morte parte da África em direção ao Brasil em busca de seu filho perdido. Na viagem, ela relembra acontecimentos de sua vida marcada por tragédias como estupros, violência e escravidão, ao mesmo tempo em que fatos históricos são inseridos no cotidiano das personagens.


“A Escravidão na Poesia Brasileira: Do Século XVII ao XXI”, de Alexei Bueno

O poeta, ensaísta, crítico, tradutor e editor renomado Alexei Bueno criteriosamente selecionou e organizou poemas com a temática da escravidão no Brasil, do século 17 ao século 21. Muitos dos poemas são inéditos no mercado editorial brasileiro.


Filmes


“Medida Provisória” – em cartaz nos cinemas

O filme se passa em um futuro distópico, no qual o governo brasileiro decreta uma medida provisória, que visa uma reparação pelo passado escravocrata, o que provoca uma reação no Congresso Nacional, que acaba aprovando uma medida obrigatória para que os cidadãos negros migrem de volta para a África. O longa é uma adaptação de “Namíbia, Não!”, peça de Aldri Anunciação que o diretor e ator Lázaro Ramos dirigiu para o teatro em 2011 e agora está em cartaz nos cinemas. O elenco conta com Taís Araújo, Seu Jorge, Emicida, Alfred Enoch, Adriana Esteves, Renata Sorrah e Mariana Xavier e outros.


“Cafundó”

João de Camargo, após ser liberto da sua vida como escravo, se depara com uma sociedade e vida completamente diferentes do que conhecia e acaba tendo alucinações. Ao misturar suas crenças com o judaico-cristianismo, o homem acredita que é capaz de curar as pessoas e realmente desenvolve o dom, se tornando o Preto Velho, uma das maiores lendas brasileiras. A direção é de Paulo Betti e Clóvis Bueno, com Lázaro Ramos, Leandro Firmino, Alexandre Rodrigues, Chica Lopes, Luís Melo, Leona Cavalli, Flávio Bauraqui e Valéria Monã, entre outros.


“Quanto Vale ou É Por Quilo?”

Com direção de Sérgio Bianchi, o filme de 2005 cria uma analogia ao antigo comércio de escravos e o atual marketing social, que visa beneficiar a própria imagem à custa da miséria. Também é feita uma crítica às ONGs que captam recursos com segundas intenções. Ganhador do festival Paratycine nas categorias de Melhor Filme (júri popular), Melhor Diretor e Melhor Edição, o filme conta com a atuação deLázaro Ramos, Milton Gonçalves, Bárbara Paes, Danton Mello, Caio Blat, Zezé Motta, Ana Carbatti, José Trassi e Teca Pereira, entre outros.


“Quilombo”

Um grupo de escravos se rebela num engenho de Pernambuco e migra para o Quilombo dos Palmares, em 1650, onde ex-escravos já moravam e resistiam. O príncipe africano e líder de Palmares, Ganga Zumba, defende o grupo, que futuramente viria a ser liderado por Zumbi, que enfrentará o maior exército da história colonial brasileira. O filme é dirigido por Carlos Diegues e interpretado por Tony Tornado, Zezé Motta, Antônio Pompeo, Antonio Pitanga, Vera Fischer e outros.


“Besouro”

O filme dirigido por João Daniel Tikhomiroff se passa na Bahia da década de 1920, quando, apesar da abolição da escravatura, os negros continuavam sendo tratados como escravos. O jovem Manoel aprende com Mestre Alípio a arte da capoeira, e passa a ser conhecido como Besouro, por causa da identificação que tem com o inseto. Já adulto, cumpre a função de defender seu povo, combatendo a opressão e o preconceito existentes. O elenco conta com nomes como Aílton Carmo, Sérgio Laurentino, Jéssica Barbosa, Cris Vianna, Adriana Alves e Irandhir Santos, entre outros.