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Prêmio Amperj de Literatura anuncia os seis vencedores

Inserido em 23 de setembro de 2022
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O 1º Prêmio Amperj de Literatura anuncia os vencedores nas categorias Poesia e Conto. Todos os textos inscritos serão publicados em um livro impresso pela Associação e a premiação será em novembro, em data a ser confirmada. O diretor cultural, Rogerio Pacheco, disse que o concurso será realizado anualmente e convidou os associados a prepararem seus textos para o prêmio de 2023. “Ficamos muito felizes com a participação dos associados, que tiveram a oportunidade de expressar seus talentos literários”, disse ele.

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Os vencedores foram os seguintes:

Conto

1º – Procrastinação, de Felipe Pires Cuesta
2º – Esfera, de Antonio Barromeu Fernandez
3º – O Sumiço do Papa, de Edilma Engels

Poesia

1º – A Derrota do Coronga, de Marlene Maria Espíndola
2º – Cotidiano, de Cristina Maria Nogueira de Vasconcellos Costa
3º – Apaga a Luz, de Cláudia Türner Pereira Duarte

O professor responsável pelas aulas de Teatro e Literatura promovidas pela Amperj e curador do concurso, André Dias, afirmou que “o Prêmio Amperj de Literatura abriu espaço para uma profusão de textos oriundos do trabalho de escrita criativa, revelando promissores prosadores e poetas”. Para ele, “os trabalhos foram construídos ora sob a égide do humor e da ironia, ora sob os auspícios do necessário questionamento presente na canção do velho compositor baiano: ‘existimos, a que será que se destina?’”.

“Além da expressão de questões caras ao nosso tempo, os textos selecionados destacaram-se pela inventividade das representações dos temas e a tenaz expressão da inquietação que move tudo que é humano. A publicização dos resultados do Prêmio Amperj de Literatura entrega aos leitores um rico manancial de ideias e provocações, como se espera da boa Literatura”, disse o professor André Dias.

A Comissão Avaliadora da Categoria Conto foi composta por Stefania Chiarelli, Rodrigo Santos e Alexandre Schott. “Os contos escolhidos revelam evidente qualidade técnica, demonstrando capacidade de apresentar aos leitores e leitoras a característica da síntese e agilidade pertencentes ao gênero da narrativa breve. Exemplo disso é o humor presente em ‘Procrastinação’, que discorre com ritmo ágil sobre a banalidade da vida cotidiana a partir da nossa relação com o tempo; o que se nota igualmente em ‘Esfera’, na construção de metáforas apuradas, e também na originalidade da trama de ‘O Sumiço do Papa’. Pelos motivos elencados, os referidos contos se destacam no conjunto dos textos inscritos”, relatou o parecer da comissão.

A Comissão Avaliadora da Categoria Poesia foi composta por Augusto Dias e Claudete Daflon. “Todos os poemas inscritos demonstraram a observância do gênero proposto, além de correção linguística. No conjunto apresentado, destacamos o poema ‘A derrota do Coronga’, que introduz o tema da Covid-19 a partir de uma construção bem-humorada, com linguagem que se aproxima da oralidade e dialoga com elementos da cultura pop para reproduzir o que seria uma voz lírica que deseja dar uma espécie de ‘lição’ no malfadado vírus. Nesse sentido, a elaboração de versos compostos por dois hemistíquios de sete sílabas cada remete à organização formal do romance de origem ibérica, o que revela a opção por uma versificação que, em suas raízes medievais, evoca tradição poética associada ao verso popular. A forma escolhida é atualizada tanto por meio do desenvolvimento temático de eventos e experiências contemporâneos, quanto pelo emprego de registros linguísticos próprios à oralidade e a expressões culturais que, como o funk, têm sua origem em grupos sociais urbanos do Brasil. Ademais, obedecendo a um esquema de rimas constantes para a construção de seu ritmo – característica a que se dá bastante importância em sua estrutura – o texto apresenta uma mensagem de esperança de que, um dia, será ‘o fim do Covidão’, analisou a comissão.

“Já o poema ‘Cotidiano’ introduz uma interessante matriz metalinguística e, ao refletir sobre seu próprio fazer poético, o eu lírico discorre sobre sua aparente inabilidade para lidar com temas cotidianos. No entanto, ao escrever sobre o amor, a voz poética acaba por demonstrar que ‘o desvario do (seu) coração’ o leva, justamente, a retratar seu cotidiano de poeta interessado em tal temática. Ao mesmo tempo, à maneira de poetas como Carlos Drummond de Andrade, a extensão das experiências subjetivas se torna elemento do cotidiano sobre o qual o poeta termina por se debruçar.”

Sobre o terceiro poema, o parecer foi o seguinte: “De temática crítica, o poema ‘Apaga a Luz’ é construído como uma lista do que, na visão do sujeito lírico, são as mazelas encontradas na cidade do Rio de Janeiro. Desenvolvido a partir de um flerte linguístico com expressões coloquiais – aparentemente por necessidade de se colocar a voz lírica como a de um alguém ‘local’ – o texto mergulha, em seus versos iniciais, na intertextualidade com a canção de Gilberto Gil, ‘Aquele abraço’, não para reforçar a mensagem desta, mas para contestá-la, fato comprovado pelo retrato pessimista sobre o atual momento da metrópole que ali é descrita. Além do mais, recursos como a repetição, a rima e o coloquialismo permitem a aproximação com ritmos próprios a estilos musicais urbanos.”

Para ler os textos vencedores, basta clicar em cima do título de cada um.