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Amperj e Assemperj promovem roda de conversa sobre o racismo

Inserido em 14 de março de 2023
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A Amperj e a Assemperj/Sindsemp-RJ promoveram a roda de conversa “Da Reflexão à Ação: a Atuação do MP Brasileiro no Combate ao Racismo”, no auditório da Associação, na segunda-feira (13). As convidadas Carol Canegal, Ynaê Lopes dos Santos e Juliana Vargas discutiram a sub-representatividade de pessoas negras no MP. A promotora de Justiça Roberta Rosa Ribeiro organizou o evento e participou da conversa. Ao final, foram sorteados sete livros sobre a temática. 

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O evento inédito sobre o tema foi aberto pela coordenadora do Fórum de Raça e Gênero da Amperj, Roberta Rosa Ribeiro, que convidou a vice-presidente da Assemperj, Juliana Vargas; a professora da UFF e escritora Ynaê Lopes dos Santos; e a pesquisadora do Observatório da Branquitude, Carol Canegal para um debate sobre o papel do Poder Judiciário no enfrentamento ao racismo no Brasil, com base nas funções atribuídas ao MP brasileiro pela Constituição, e a sub-representatividade das pessoas negras nesses espaços de poder. Os participantes também puderam compartilhar conhecimentos e experiências pessoais sobre o assunto.

Para Roberta Rosa, o enfrentamento dessa questão deve ser feito “a partir da política institucional, com aprimoramento do sistema de reserva de vagas nos concursos de membros e servidores do MP, mas também no que diz respeito à centralidade da questão do combate ao racismo nas diversas áreas de atuação da instituição”. Outro assunto abordado foi a história da discriminação racial a partir da adoção do modelo de produção escravocrata, cujas consequências não foram erradicadas com o abolicionismo formal.  

Juliana Vargas disse que “a roda de conversa foi uma oportunidade enriquecedora proporcionada pelas entidades de classe”. Para ela, “além de ouvir duas especialistas na temática racial, foi possível compartilhar conhecimento e propostas com colegas servidores e promotores para o aperfeiçoamento da atuação do MPRJ em busca da igualdade racial”.

Ynaê Lopes acredita que a roda de conversa é importante por fazer parte da campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”, que acontece todo ano. “A iniciativa é importantíssima na luta antirracista do Rio de Janeiro e de outros estados e envolve uma série de movimentos sociais.”

Carol Canegal destacou, dentre as leituras sobre a desigualdade racial brasileira, os estudos críticos da branquitude. “É imperioso situar o outro polo, qual seja, os lugares de poder ainda ocupados quase que de modo exclusivo por grupos sociais brancos e que terminam por conferir a estes vantagens materiais e simbólicas. Discutir branquitude é um passo crucial rumo ao alcance de um patamar civilizatório capaz de promover responsabilização, reparação e justiça históricas para populações negras e indígenas.”

Roberta Rosa Ribeiro se comprometeu a dar continuidade à compreensão da importância desse tema, com a realização de novas capacitações e eventos, além de iniciativas efetivas para implementar ações que tenham como objetivo buscar a representatividade de pessoas negras no MP estadual.