A sede do Ministério Público do Rio de Janeiro acaba de ganhar um espaço dedicado à memória das vítimas de violência no estado. Entre os homenageados, estão vítimas de crimes de grande repercussão, como Kathlen Romeu, Tim Lopes, Marielle Franco e Henry Borel. A inauguração, na tarde de quarta-feira (1º de outubro), reuniu autoridades, membros do MP e famílias das vítimas em um momento de emoção e reflexão.
Idealizado pelo procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, o memorial foi inspirado em um projeto similar na Itália, que há quatro anos homenageia as vítimas da máfia e busca conscientizar sobre o combate ao crime organizado. O procurador da República da Itália Francesco Menditto, responsável pela iniciativa no país europeu, veio ao Brasil prestigiar a cerimônia no MPRJ.
Na inauguração, o PGJ destacou que o espaço simboliza o desejo de reparar os danos causados pela violência no Rio. “Nossa sociedade, em uma completa inversão de valores, por muito tempo deu espaço para a criminalidade e relegou as vítimas ao mais absoluto esquecimento. Esse memorial evidentemente não vai cessar a dor, o sofrimento e a angústia daqueles que perderam parentes. Mas é uma forma de o Estado reconhecer seu dever de acolher as vítimas, ouvi-las e tê-las próximas de nós”, afirmou.
O memorial “Vidas Marcadas” convida à reflexão e resgata memórias por meio de fotografias, depoimentos e registros das vítimas. A exposição está organizada em seis eixos: violência de gênero; crimes de ódio; confrontos armados e letalidade policial; agentes de segurança vitimados; criminalidade organizada e violência urbana; e infâncias perdidas.
Foto: divulgação/MPRJ