A tecnologia atualmente não é usada apenas para cometer crimes, mas também para dificultar e obstruir a investigação criminal, disse o promotor de Justiça Sauvei Lai ao podcast “Amperj Convida” desta terça-feira (7). Ele falou à apresentadora Heloisa Carpena, procuradora aposentada, sobre a complexidade de enfrentar o crescimento dos crimes cibernéticos no Brasil.
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O promotor, que tem vasta experiência em processos penais e cibernéticos, explicou a distinção entre “crimes cibernéticos próprios”, aqueles originados e executados inteiramente online, e “crimes cibernéticos impróprios”, que ocorrem no mundo físico mas são facilitados por tecnologias digitais, e a importância dessa diferenciação para a legislação abordar e tipificar esses crimes de maneira eficaz.
“Hoje a tecnologia é empregada não apenas na execução de crimes, mas também para complicar e obstruir a investigação criminal, um processo conhecido como adoção de medidas antiforenses. São estratégias usadas para ocultar a autoria dos crimes”, explicou Sauvei, ao tratar do modus operandis de quem comete crimes cibernéticos.
Ele também enfatizou a necessidade de uma atualização constante dos profissionais do Direito diante dos avanços tecnológicos. “A tendência é que as faculdades criem uma disciplina eletiva de direito digital”, opinou.
O “Amperj Convida” é apresentado por Heloísa Carpena. Um novo episódio está disponível às terças-feiras nos sites da Associação e da Rádio Roquette-Pinto, parceiras no programa, e no streaming Spotify.