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Obra da promotora Marcela do Amaral aborda Reforma Psiquiátrica

Inserido em 26 de janeiro de 2022
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Na obra “Reforma psiquiátrica: de interno a morador”, a promotora de Justiça Marcela do Amaral B. de Jesus Amado aborda os avanços e desafios da implantação dos parâmetros da Reforma Psiquiátrica no país. Ela conta que a motivação para escrever o livro, lançado em dezembro, se deu a partir da audiência em um processo que pretendia obrigar o município a implantar uma residência terapêutica, destinada a egressos de equipamentos de internação psiquiátrica de longa permanência e sem referência familiar.

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“Durante a audiência, o juiz falou: “Esse processo é absurdo. Eles têm que ficar lá”. Fiquei surpresa com essa postura, vi como é difícil a “integração da loucura” na sociedade, que tende a “esconder” seus loucos”, conta a promotora.

“Estava no mestrado quando resolvi falar sobre a experiência positiva de Carmo, que fechou um dos maiores hospitais do estado e integrou várias pessoas com deficiência na sociedade, inclusive com incremento da economia local, pois foram 21 residências terapêuticas com moradores que, sob cuidados adequados, puderam sair da condição de ‘interno’ a ‘morador’ da cidade”, explica Marcela do Amaral, que é coordenadora do CAO Cidadania do MPRJ.

Ela destaca que a partir da análise do processo de fechamento do Hospital Colônia Teixeira Brandão, no município de Carmo (RJ) foi possível perceber os benefícios da implantação da Reforma Psiquiátrica no país. “O fechamento do hospital contou com a colaboração da nossa colega Sheila Vargas, titular de Carmo por muitos anos. O tamanho do hospital foi um desafio, identificar as famílias também, tanto que foram 21 residências. A qualidade de vida dos pacientes aumentou significativamente. Como recebem benefícios, puderam contribuir para a circulação de dinheiro no município, consumindo produtos e serviços”, disse a promotora.

No livro é reconhecido o mérito da experiência de Carmo, onde é destacado o sucesso do funcionamento e articulação da rede de saúde mental e atenção básica, considerando-os como elementos essenciais para a prestação de um serviço público de qualidade, capaz de evitar novas internações.

“O fechamento foi um longo processo, com a intervenção de várias instituições, com destaque para os profissionais de saúde, que muito lutaram pela desinstitucionalização”, explica a autora do livro.

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