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Vencedora do Prêmio de Literatura fala da poesia em sua vida

Inserido em 6 de outubro de 2022
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O 1º Prêmio Amperj de Literatura reuniu diversos textos de conto e poesia enviados pelos associados. Na categoria Poesia, o primeiro lugar foi conquistado pela procuradora de Justiça aposentada Marlene Maria Espíndola, com “A Derrota do Coronga”, que apresenta o tema da Covid-19 “a partir de uma construção bem-humorada, com linguagem que se aproxima da oralidade e dialoga com elementos da cultura pop para reproduzir o que seria uma voz lírica que deseja dar uma espécie de ‘lição’ no malfadado vírus”, segundo a comissão avaliadora.

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A autora explicou que “a pandemia da Covid foi e ainda é difícil em todo o mundo, amenizada com a vacina, mas ainda não exterminada”. A foto enviada por ela conta com a presença dos seus sobrinhos-netos do Natal de 2020. “Eles tiveram que se adaptar às aulas online por mais de um ano. Era muito triste ver pessoas morrendo com dificuldade de respirar, em números avassaladores que mudavam a cada dia no Brasil e no mundo, sem uma política eficiente para tratar a questão em nosso país. Entendi que a poesia foi um escape, pois, ao poetizar, eu me desligava daquele momento cruel, e o que era triste redundou em produção literária. São os escapes da vida.”

Marlene Maria Espíndola contou que começou a escrever poesias em 1981 e, até 1983, quando cursava Direito, já havia escrito mais de 100 poemas. Apesar disso, os únicos publicados foram 11 poesias no livro “A Outra Face do Promotor”, uma parceria da Amperj com a Editora Imago, lançado em 1993. Esse livro surgiu de um concurso de poesias na Associação, em 1991. O texto vencedor também era de sua autoria: “Poeta e Sonhador”.

‘Cloroquina, só Jesus’

O poema “A Derrota do Coronga” veio de forma espontânea e da lembrança da música “Clementina de Jesus”, de Tiririca. Ela imaginou algo no ritmo de “Cloroquina, cloroquina, cloroquina, só Jesus”. A poesia serviu de escape para o momento duro e complicado vivido pelo Brasil e o mundo devido à pandemia.

“A inspiração é algo interessante que, quando começa, vem aos borbotões, e não se consegue parar. Escrevi, então, várias poesias com essa temática e, entre elas, a do nefasto Coronga. Ao escolher com qual concorreria, decidi por ‘A Derrota do Coronga’, dada a sua carga de humor e personificação do vírus navegando pelo mundo, enquanto todos estavam enfurnados dendicasa”, disse ela.

Sobre a sua vitória no concurso, Marlene Maria Espíndola disse que “é sempre surpresa a classificação, até porque os candidatos não conhecem os textos dos demais participantes. Eu me perguntava se iriam apreciar aquela poesia em tom mais forte de guerra com o Coronga, diante de outras que poderiam ser mais líricas, ou mais românticas. Certamente feliz com o resultado e com as palavras da ilustre comissão julgadora. O importante, porém, é concorrer, é participar, e parabenizo a Amperj pela iniciativa”.

A Comissão Avaliadora da Categoria Poesia do 1º Prêmio da Amperj de Literatura foi composta por Augusto Dias e Claudete Daflon. A poesia vencedora e os demais textos inscritos serão publicados em um livro a ser editado pela Associação. A cerimônia de premiação será em novembro. Os associados com talento literário que não participaram desta edição podem preparar seus textos para 2023, quando será promovida a segunda edição.