A desigualdade na administração do tempo dedicado ao trabalho por mulheres e homens é o tema do livro “Direito e desigualdade – Uma análise da discriminação das mulheres no mercado de trabalho a partir dos usos dos tempos”, da juíza do Trabalho Bárbara Ferrito. A magistrada doou um exemplar para a biblioteca da Escola de Direito da Amperj, e dois serão sorteados entre alunos, durante uma aula.
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Mestre em Direito pela UFRJ, Bárbara é diretora adjunta de Cidadania e Direitos Humanos da Associação dos Magistrados do Trabalho da 1ª Região e diretora executiva do Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros (ENAJUN). No livro, ela faz uma contextualização histórica do feminismo, para entender como o mercado de trabalho se estrutura a partir de violências contra a mulher.
A magistrada explica que o tempo é um fator de controle social e de poder imposto por homens a mulheres, consideradas “pobres de tempo”, ou seja, sem horas suficientes em seus dias para tarefas que desejam ou precisam realizar. Essa dinâmica se aprofundou na pandemia da Covid-19, com trabalhadoras se ocupando mais de serviços domésticos e de cuidados com crianças, para além do que fazem de forma remunerada.
Outro ponto abordado no livro, lançado recentemente pela editora LTr, é o trabalho de gerenciamento das tarefas cotidianas, ação comumente invisibilizada, de difícil mensuração de tempo, e que também recai mais sobre as mulheres.
A juíza considera que a leitura enriquece o repertório de quem está se preparando para concursos, como os alunos da EDA. “Em geral, nos concursos, estamos acostumados a pensar no Direito como instrumento antidiscriminatório. O livro nos convida a pensar nele também de forma crítica, como instituidor de desigualdades naturalizadas. Essa mudança de paradigma é fundamental para o candidato ter uma visão crítica e empática do Direito”, aponta Bárbara.
Para participar do sorteio, basta sinalizar o interesse durante a aula da EDA.