Notícia

Rio receberá R$ 500 milhões nos próximos anos em acordos de leniência

Inserido em 28 de novembro de 2023
Compartilhamento

Por meio de acordos de leniência já firmados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) e pela Controladoria Geral do Estado (CGE), os cofres públicos fluminenses receberão nos próximos anos ao menos R$ 500 milhões. A revelação foi feita pelo procurador do Estado André Uryn (foto), no quarto e último painel do seminário “Dez Anos Lei Anticorrupção-Avanços, Perspectivas e Desafios”.

Leia Mais: Brasil perde R$ 30 bi com concorrência desleal e fraudes em combustíveis

‘País progrediu no combate à corrupção de funcionários públicos’, diz conselheira do TCE

O seminário aconteceu nesta segunda-feira (27) no auditório da Amperj, entidade organizadora. O painel reuniu, além de André Uryn, a auditora Ana Luíza Pereira Lima, da Controladoria Geral do Estado; e o advogado Joaquim de Paiva Muniz, diretor de Arbitragem do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), com mediação da promotora de Justiça Marcela do Amaral.

O seminário teve o patrocínio do Instituto Combustível Legal (ICL), da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e do CBMA e o apoio do Programa de Pós-Graduação em Direitos, Instituições e Negócios (PPGDIN) da Universidade Federal Fluminense (UFF). No encerramento, o presidente da Amperj, Cláudio Henrique Viana, agradeceu aos parceiros patrocinadores.

Ao abrir o painel, André Uryn falou sobre os acordos de leniência firmados pelo Executivo do Estado do Rio. Ele listou três pilares para o estabelecimento dos acordos: o incremento da capacidade investigativa da administração pública; a recuperação de ativos; e o fomento da cultura de integridade do setor privado.

“Celebramos três acordos de leniência que vão resultar na devolução de R$ 500 milhões ao Estado ao longo dos anos”, afirmou.

Na sua explanação, a auditora Ana Luíza Pereira Lima destacou a mudança do modelo estadual de controle que vigorava havia 43 anos.

“A partir de 2018, com a criação da CGE, transformamos o sistema de controle do Estado do Rio de Janeiro”, disse ela.

Ana Luíza contou que o Estado recebeu sete propostas de acordos de leniência, dos quais três foram celebrados e três permanecem em negociação. Segundo ela, R$ 95,06 milhões já foram ressarcidos aos cofres estaduais.

Joaquim de Paiva Muniz abordou na sua palestra a importância da arbitragem. De acordo com ele, “se você só vê o uso da força”, haverá ocasião em que “vai levar”.

“É mais a habilidade, não é só bater”, afirmou Paiva Muniz, lembrando que, em uma caixa de ferramentas, o martelo não é a única peça disponível.

“A arbitragem é um meio de incentivar o compliance. Quanto mais as instituições públicas forem fortes, melhor para a iniciativa privada”, concluiu.

Fotos: Thiago Torres/Amperj